quinta-feira, 29 de julho de 2010

Patrimônio para “comer com os olhos”

O patrimônio cultural brasileiro, tombado, registrado ou não, pode ser definido como um conjunto de bens que herdamos de antepassados, e que, na sua qualidade de herança, são definidoras daquilo que somos da nossa história e da nossa identidade. Para mim, falar da história do Forte São Marcelo enquanto patrimônio é importante evocar esta imagem de herança.


Todos nós sabemos das histórias de famílias muito pobres que ao darem presentes ao seus filhos, imediatamente os põe fora do alcance, plastificado-os, distante das mãos mas sempre onipresente à visão. Era assim que eu me sentia, do Elevador Lacerda, da Ladeira da Montanha da Ladeira da Contorno, da Praça Municipal, Lá estava ele onipresente e eu olhando e desejando que chegasse o dia em que finalmente poderia estar lá, tocando com os pés algo que há muito tempo já “comia com os olhos”.


A minha história com o Forte São Marcelo, acredito, é a história de muitos baianos enamorados. Aprendemos a amá-lo embora inalcançável, impossível de ser tocado, experimentado, apropriado por aqueles que, por direito, eram seus donos. Assim como os presentes plastificados, era aqui também a pobreza a causadora de tamanho mal. Pobreza de todos os tipos. Durante anos sempre soube (porque era estudante de Museologia), ir ao forte era privilégios de poucos, de pessoas especiais que alcançavam uma permissão concedida apenas aos eleitos.


A maioria delas, apesar de serem tão especiais pareciam não compreender a dimensão simbólica da abertura do Forte São Marcelo à população baiana, o forte passou anos esquecido pelos seus cuidadores, abandonado à aventureiros, enquanto um pequeno grupo de pessoas – estas sim, especiais – travou uma batalha contínua, anos a fio para tornar o meu sonho possível e abrir o Forte a população baiana.


Hoje o Forte é o palco de uma peregrinação comovente: grande parte dos seus visitantes é formada por moradores locais, dos bairros de periferia, movidos por uma vontade curiosa de tornar real um desejo que passaram a vida inteira acalentando, naquele mesmo percurso, enamoradas por uma herança inalcançável. Hoje, nas vezes em que visito o Forte me reconheço nas famílias, avôs e netos, pais e filhos, e principalmente nos filhos da Bahia que ao levarem suas vidas cotidianas em outros Estados ou países podem chegar à Bahia e experimentar um pouco mais daquilo que tanto amam.


escrito por Rita Maia (Professora da Universidade Federal da Bahia )

Forte São Marcelo como elemento de descomoditização

Considerando verdadeiro o senso comum que diz que o turismo de massa geralmente atenta contra a sustentabilidade da localidade, o caminho a seguir é o da diferenciação do produto turístico. Isso é possível quando o destino possui atributos intrínsecos que o tornam único ou, ainda, quando identifica uma carência específica na demanda e consegue satisfazer a essa necessidade. O caso da cidade do Salvador é típico. Ela se consolidou como um destino de sol e praia, que é tradicionalmente um segmento turístico de massa.

Após a consolidação do destino, as autoridades gestoras do turismo passaram a envidar esforços para deslocar o foco da demanda de sol e praia para a de eventos, cultural e de negócios. Hoje a cidade já não é mais um destino exclusivamente de verão. As atividades empresariais, os congressos e seminários nacionais e internacionais e outros eventos já dominam as estatísticas do turismo local. O foco está definido e o caminho traçado. É preciso diversificar os atrativos para satisfazer o público que atende ao novo chamado desse destino turístico. O convite deixa de ser para passar as férias em nossa praia e passa a ser para vir fazer negócios em nossa terra. É nesse cenário que o Forte São Marcelo chega para ocupar um espaço praticamente ainda sem dono.

O espaço do atrativo turístico diferenciado, voltado para um público seleto, não-massivo. Esse público corresponde a um volume de demanda capaz de movimentar a economia do equipamento, possibilitando a sua manutenção e a do seu aparato tecnológico. Não se sabe ainda se seria capaz de remunerar o capital nele investido. Vale ressaltar que essa diferenciação não é estanque. Ela se dá em um processo continuo de pesquisa e aperfeiçoamento. Caberá, portanto, à gestão do Forte São Marcelo garantir que o planejamento do receptivo seja atualizado, de forma a atender às mudanças do mercado e ao amadurecimento do próprio Espaço.


escrito por Ernesto Britto Ribeiro e Milena Rocha Nadier Barbosa

"O Rei que Não Fugiu" para adultos e crianças no Forte

O grupo de teatro do Forte São Marcelo, liderado pelo museólogo Anderson Moreira, apresenta para turistas e baianos o espetáculo O Rei que Não Fugiu. A montagem conta a história dos 300 anos do monumento, a partir da figura de Dom João VI.
Além disso, durante todo o dia as pessoas poderão fazer o tour Baía Histórica, na réplica de caravela "Príncipe Regente".

Coordenado pelo Núcleo de Interpretação do Patrimônio (NIP) ,o passeio apresenta a Baía de Todos os Santos a partir do Terminal Náutico da Bahia, seguindo para o Farol da Barra ,Mont Serrat (Ribeira) e encerramento no Forte São Marcelo.

Durante o trajeto, os monitores vestidos com fardamento militar contam toda a história dos fortes e monumentos, personagens e sítios históricos. Dentro do Torreão , o público pode visitar algumas mostras temporárias e três permanentes: Memórias do Mar, Memórias do Forte e Memórias da Cidade.Todas as visitas guiadas por monitores .

Informações: 71 8833-0589 (ASCOM FORTE)

Projeto leva Rede Municipal de Ensino ao Forte


Cerca de 400 alunos da Rede Municipal de Ensino já participaram das atividades do Projeto Arte Forte tendo como objetivo apresentar fatos históricos relacionados com a cultura do Forte de São Marcelo e, por extensão, da Bahia. As atividades têm quatro horas de duração e o trabalho é realizado as terças e quintas-feiras, pela manhã e tarde, envolvendo 40 estudantes por turno. As atividades do projeto consistem em um tour pelas águas da Baía de Todos os Santos, tendo a orientação de monitores que traçam um panorama histórico-geográfico da fortificação. Ao retornarem ao forte para conhecer as suas instalações, os visitantes participam de encenação teatral interativa.

Fonte: Matéria/ Karina Baracho (Site Bahia Press )


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Conferência debate o Forte São Marcelo


O “Projeto Forte São Marcelo e a sua importância para a cidade de Salvador” é tema de conferência que acontece em Salvador dia 02 ás 19h30 em Nazaré.

A intenção é difundir os problemas e acertos realizados no local trazendo novos investidores para o projeto.

Sem uma apresentação constante dos avanços e desafios enfrentados pelos administradores do Forte São Marcelo, fica improvável a chegada de investimentos e colaboradores na manutenção do local.

Segundo Edva Barreto, diretora do Núcleo de Interpretação do Patrimônio (NIP) do Forte, os conferencistas e convidados serão recebidos no local por personagens do Projeto “Museu Vivo” e do Núcleo de Interpretação do Patrimônio.

Serviço:


Dia: 02.08 2010

Quando: 19h30

Onde: Santa Casa de Misericórdia da Bahia.Nazaré (Salão Rainha Leonor)

Gratuito