O Projeto Museu Vivo do Forte São Marcelo elaborou um espetáculo inédito na cidade do Salvador – A Coroação do Imperador do Brasil – D. Pedro I, na Catedral Basílica. O espetáculo permitirá ao público a interação com o patrimônio cultural, música clássica e teatro.
Para enriquecer o evento teremos um elenco formado por atores profissionais (FUNCEB/VILA VELHA) e a participação da Orquestra e Coro Madrigal da UFBA.
Dia: 04.09.2010
Horário – 10h30min
Entrada – Franca
Local – Catedral Basílica – Centro Antigo do Salvador.
"Tenho o prazer e a honra de convidá-los para assistirem a Coroação do Imperador Pedro I na Catedral Basílica do Salvador, no dia 4 de setembro às 10 h. Será uma cerimônia única e muito especial, que resgata um fato histórico acontecido há quase 200 anos atrás. Tragam seus filhos, netos, parentes e aderentes, no mínimo, vai ser um prazer revê-los e com vocês confraternizar."
Bule Bule & Grupo de Capoeira Gueto(Projeto Camaradinha) confirmam presença dias 21 e 22 de agosto de 2010 no Torreão Central do Forte São Marcelo . As apresentações comemoram o Dia Internacional do Folclore. A partir das 14 hs . Informações: 3525-7142
Jóia encravada no lindo mar da Baia de Todos os Santos, para uns. Umbigo da Bahia, para Jorge Amado, o escritor que revelou ao mundo às belezas da sua terra, os costumes, a gente, os mistérios dos Orixás, os pecados e virtudes da mulher e do homem da Terra Bahia, a beleza de um pedaço do Brasil.
Assim é o Forte de São Marcelo, que tanto cativa o turista como o próprio baiano. Qual o baiano, qual o turista, qual a pessoa que ao descer as ladeiras que levam da cidade alta à cidade baixa nas proximidades do Mercado Modelo que deixa de se extasiar com a beleza do Forte São Marcelo? Ninguém, absolutamente ninguém deixa de admirar o velho forte. Mas o forte, como tantas coisas belas e que devem ser preservadas, já sofreu o abandono por décadas e décadas.
Construído no século XVII, tornou-se, há alguns anos, apenas em uma coisa bela de se ver das ladeiras da Bahia ou da Praça Municipal —o mais privilegiado mirante da Baia de Todos os Santos. Por dentro, a ação do tempo, e não só do tempo, deteriorava o forte.
A mobilização de baianos e brasileiros, liderada especialmente por aqueles que compõem a Abraf (Associação Brasileira dos Amigos das Fortificações Militares e Sítios Históricos) conseguiu, a duras penas, que a Jóia construída no século XVII fosse recuperada. Deixou de ser esconderijo de marginais e do tráfico de drogas para transformar-se em atração da bela capital baiana. Entre 2006 e 2010, por exemplo, mais de 300 mil visitantes. Destes, cerca de 100 mil estudantes, principalmente de escolas pública de Salvador. Esses estudantes vêem a beleza do forte por dentro. E aprendem a história da Bahia. Agora o forte corre o risco de voltar ao que era antes da recuperação.
O Termo de Cessão de Uso do forte pela Abraf expirou no dia 12 de julho. Há uma indefinição se a Abraf continuará cuidando do Umbigo da Bahia. Até hoje não houve manifestação quanto à renovação do Termo. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) até agora não deu resposta ao pedido de reconsideração da negativa de renovação do termo de cessão feita pela Abraf.
Autarquia do Governo Federal, vinculada ao Ministério da Cultura, é o IPHAN responsável pela proteção dos bens culturais do país, pelos tombamentos, restaurações e revitalizações que assegurem o acervo arquitetônico, urbanístico, documental, etnográfico e artístico do Brasil. A Abraf já percorreu os gabinetes do presidente nacional do IPHAN e do superintendente da autarquia na Bahia. Conversou com o prefeito João Henrique, de Salvador, com o governador Jaques Wagner, com Juca Ferreira, o ministro da Cultura. Mas sequer o IPHAN respondeu ao pedido de renovação do Termo de Cessão de Uso do forte. É a insensibilidade das nossas autoridades quando se trata de cultura ou da história do Brasil. Tenho ainda hoje as imagens em minha mente. Eu, meus irmãos e meus pais, saboreando o sorvete gostoso da Sorveteria A Cubana, localizada no Elevador Lacerda. Da Praça Municipal a visão dos belos palácios Rio Branco e especialmente do Tomé de Souza. Mas nada se igualava às imagens daquela jóia lá embaixo, compondo com o mar da Bahia uma visão que enchia os olhos de uma criança. E continua a encher os olhos de um adulto. Na realidade, de todos os adultos ou crianças da Bahia.
“Você já foi à Bahia, nega? Não, então vá!” Vá e não deixe de visitar o Forte São Marcelo. Aproveite as atividades culturais desenvolvidas pela Abraf no forte e faça uma rápida viagem pelo mar numa pequena caravela réplica das que tantas vezes cruzaram aquele mar. A viagem, que percorre um pequeno trecho da costa de Salvador, dá direito à companhia de D. João VI e Carlota Joaquina, além de tripulantes também caracterizados com roupas e armas da época. É uma aula de história, com direito a narração feita por um dos tripulantes, o mais nobre deles: D. João VI.
Fonte: Antônio Carlos Silva Ferreira (Fotógrafo amador, Ex-publicitário)
Agora sob os cuidados da ABRAF – Associação Brasileira dos Amigos das Fortificações Militares e Sítios Históricos, o Forte São Marcelo pode ser visitado e, em que pese ainda estar carente de recuperação e implantação de infra-estrutura, já se nota o esforço da ABRAF em valorizar o nosso secular guardião.
Adquirimos no Centro Náutico, o ingresso no valor de R$ 10, que cobre a travessia de barco e um tour guiado nas dependências do forte. A emoção aumentava quanto mais o forte nos parecia se aproximar do barco até o momento histórico em que nosso grupo transpôs o pórtico que dá acesso ao interior da edificação.
Explorando o São Marcelo
Visitando as 30 salas do forte pisávamos agora o mesmo chão onde pisaram personagem histórico como Bento Gonçalves, da Revolução Farroupilha, e Cipriano Barata, líder da Revolta dos Alfaiates que ali estiveram presos. Na caminhada com o guia não podíamos deixar de notar que o Forte pede ajuda. Não há mobiliário, nenhuma das suas peças de artilharia está por lá e há até mesmo paredes e piso que foram cobertos de azulejo e cerâmica moderna, desfigurando o monumento. Não há energia elétrica nem instalações sanitárias para uso dos visitantes, mas sabe-se que a direção da ABRAF já está providenciando a instalação de um banheiro químico e vislumbra a revitalização do forte com inclusão de atividades temáticas, recolocação dos antigos canhões usa de uniformes de época e a implantação de lanchonete e lojas de souvenir. O passeio em si torna-se pobre devido às condições físicas e de ambientação do forte, mas serve ao mesmo tempo como denúncia e alerta para a necessidade de uma ação reparadora.
Ao final dos cerca de 60 minutos de passeio, o guia nos acompanha até o píer de onde o barco nos trará de volta à terra firme em cinco minutos de travessia. Do passeio resta a consciência de que ainda não se fez tarde para resgatarmos o Forte São Marcelo, mas que é preciso a sociedade civil engajar-se na luta pela sua recuperação, inclusive cobrando ação dos poderes públicos. E é claro que ficou também o gostinho de ter finalmente conquistado e incorporado ao nosso acervo de riquezas o antes intocável umbigo da Bahia.